Roberta Luchsinger, que se diz socialista e é filiada ao PCdoB, deu ao petista dinheiro, anel de diamantes e objetos de grife após bloqueio de bens por Moro.
Fonte: veja.abril.com.br
Neta do ex-banqueiro suíço Peter Paul Arnold Luchsinger, morto em julho deste ano, e socialista declarada, Roberta Luchsinger, de 32 anos, causou alvoroço na internet nesta sexta-feira após dizer em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo que doou dinheiro e apetrechos valiosos ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), entre os quais destacam-se um cheque de 28 mil francos suíços (cerca de 93 mil reais) dado pelo avô, um relógio Rolex, um anel de diamantes Emar Batalha, um vestido Dolce & Gabbana, além de uma bolsa e uma mala de grife – tudo avaliado em 500 mil reais.
Neta do ex-banqueiro suíço Peter Paul Arnold Luchsinger, morto em julho deste ano, e socialista declarada, Roberta Luchsinger, de 32 anos, causou alvoroço na internet nesta sexta-feira após dizer em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo que doou dinheiro e apetrechos valiosos ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), entre os quais destacam-se um cheque de 28 mil francos suíços (cerca de 93 mil reais) dado pelo avô, um relógio Rolex, um anel de diamantes Emar Batalha, um vestido Dolce & Gabbana, além de uma bolsa e uma mala de grife – tudo avaliado em 500 mil reais.
A doação foi feita para ajudar o petista, que teve dinheiro e
bens bloqueados pelo juiz Sergio Moro,
responsável pela Operação
Lava Jato na primeira instância, em razão de sua condenação por
corrupção e lavagem de dinheiro no processo envolvendo um tríplex no
Guarujá (SP), que seria de Lula e fruto de propina oriunda de contratos da
Petrobras. O bloqueio atingiu 606 mil reais em dinheiro (em contas bancárias),
três apartamentos, um terreno, dois veículos e cerca de 9 milhões de reais em
previdência privada no Banco do Brasil.
“Existe uma campanha pela demonização de Lula, liderada por
parte da grande mídia e por setores do Poder Judiciário. A elite desse país é
mesquinha, provinciana, não sabe olhar além de seu umbigo. Essa doação tem um
valor simbólico: mostrar que estou com Lula, independente da minha origem
social”, afirma. “Sei que sou uma estranha no ninho, mas não me incomodo.”
Roberta Luchsinger, neta de banqueiro suíço, e Lula (//Reprodução) |
Em seu Facebook, pipocaram mensagens nesta sexta de
internautas ovacionando ou criticando a ação. “Parabéns Roberta, Deus te
abençoe”, posta uma internauta. “Aceito 100 mil para comprar uma casa”, ironiza
outro. Os comentários foram feitos em postagens aleatórias feitas por ela, como
num videoclipe romântico do cantor americano Gnash. “Pode ter certeza de que
irei ler tudo e responder. Acho bacana isso, até mesmo os que me agridem. Quero
saber o porquê”, afirma Roberta.
Roberta é popular no Facebook, em que compartilha, na maioria
das vezes, notícias sobre corrupção envolvendo políticos de oposição a Lula ou
artigos questionando a postura da imprensa ao tratar dos escândalos envolvendo
o ex-presidente. Sua conta tem cerca de 1.500 seguidores. Um dos que mantêm
interação com ela na rede social é Renato Janine Ribeiro, ex-ministro da
Educação do governo Dilma Rousseff (PT). “As pessoas olham e pensam: olha que
maluca! Mas quem me conhece sabe que sempre fui engajada em ajudar mesmo”,
conta.
Existe uma campanha pela demonização de Lula, liderada por
parte da grande mídia e por setores do Poder Judiciário. A elite desse país é
mesquinha, provinciana, não sabe olhar além de seu umbigo. Essa doação tem um
valor simbólico: mostrar que estou com Lula, independente da minha origem
social”, afirma. “Sei que sou uma estranha no ninho, mas não me incomodo.
A bilionária, que renega o rótulo de socialite, quer se
candidatar a deputada estadual pelo PCdoB, partido ao
qual é filiada, no ano que vem. Ela diz que adora conhecer pessoas e
“aprender com elas”. Em uma foto enviada à reportagem, Roberta aparece com
trajes para jogar tênis ao lado de uma barraca de comida de rua. “Vivo indo
indo atrás de churrasquinho no centro. Gosto disso, porque gosto de bater papo mesmo”,
diz. “Meu motorista é meu parceirão de garfo”, conta.
A visita a comunidades e o contato com gente de outras
classes sociais é parte de sua rotina, ela diz. Na Páscoa, passou o domingo
confraternizando com os moradores e distribuindo chocolates na Brasilândia,
zona norte de São Paulo. “Estou sempre procurando ajudar. Isso não quer dizer
que eu não vá no mínimo três vezes na semana ao [restaurante] Gero [um dos mais
sofisticados restaurantes de São Paulo, do grupo Fasano]”, diz.
Roberta diz que não está na política por “oba-oba”, mas que é
algo arraigado – ela diz que um bisavô foi prefeito da maior cidade suíça,
Zurique, e que, outro, brasileiro, fundou a cidade de Miraí, no interior de
Minas Gerais, “onde nasceu o sambista Ataulpho Alves, e onde Zé Alencar, nosso
ex-vice presidente [de Lula], teve seu início de vida trabalhando com minha
família”.
Casamento
com o delegado
Roberta é mineira, vive em São Paulo, em Higienópolis, bairro
nobre na região central de São Paulo. Ela formou-se em direito e concorreu a
uma vaga de estágio no Ministério Público, mas não seguiu carreira na área. Em
parte, porque conheceu o ex-delegado da Polícia Federal e ex-deputado federal
pelo PCdoB Protógenes Queiroz, em 2009, com quem casou-se e teve uma filha,
Guilhermina, hoje com cinco anos. Os dois se divorciaram em 2014 porque ela,
diz, “se cansou de ser traída” por ele. Queiroz hoje vive na Suíça depois de
ter sido condenado por violação de sigilo da Operação Satiagraha, uma
das pioneiras operações da PF contra corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo
políticos, empresários, doleiros e banqueiros, em 2004.
“Protógenes é um grande homem, faz falta no país. Aprendi
muito com ele. Já passamos por altos e baixos, mas superamos. Admiro e gosto
dele”, diz. A época em que ela conheceu o ex-delegado foi marcada por uma
tragédia —um bimotor que transportava 14 pessoas da sua família, incluindo o
seu tio, Roger Wright, sócio do banco Garantia, dois filhos dele, os cônjuges e
três netos, explodiu durante um falha na hora do pouso em Trancoso (BA),
matando membros de três gerações da família. “Fiquei muito envolvida nesse
processo e me esqueci de mim. No meio dessa depressão, eu o conheci, e ele foi
a pessoa que mais me apoiou e mais me deu força”, contou, em uma entrevista a
um programa na internet.
oberta Luchsinger, com o ex-marido Protógenes Queiroz, e os filhos em foto tirada na Suíça, onde o ex-delegado da PF mora (//Reprodução) |
Depois de Protógenes, ela namorou por cerca de seis meses com
outro político —Gustavo Braga, ex-prefeito de Jaguariúna (SP). Hoje ela se diz
solteira, “mas não sozinha”. Tem outra filha, Valentina, de 11 anos, de
um relacionamento anterior ao com Protógenes.
Roberta tentou se aventurar em outros empreendimentos. Chegou
a ter um blog de dietas e produziu e participou de um programa de televisão da
revista de automobilismo Car and Drive, que foi exibido em 2016 pelo
canal pago BandSports. Em um dos episódios, ela aparece dirigindo uma
Lamborghini Gallardo no Autódromo de Modena, na Itália. “Não é a minha praia,
mas foi legal. Gosto de conhecer novas oportunidades. Eu estava, digamos, tentando
outros olhares para definir dentre as minhas paixões qual falaria mais
alto. Não deu outra… política, política e política”.
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