Mais de 1,5 mil pessoas lotaram o Cine Nove de Abril no
início da noite de hoje para um evento organizado pelo Movimento Vem Pra Direita,
que contou com a presença do deputado federal e pré-candidato a presidência da
República Jair Bolsonaro. Ele anunciou que seus dias no PSC estão contados e
disse que aguarda de seus advogados o aval para ingressar no PEN, que mudará
nome de Partido Ecológico Nacional para Patriota. “O limite longo é março do
ano que vem. Se eu conseguir uma forma legal de sair assino no mesmo dia no
PEN. Estou tentando uma forma jurídica sem perder o mandato”, disse, se
referindo a uma janela dentro da legislação para que o PSC não peça seu mandato
por infidelidade partidária.
Depois de muitas pessoas ficarem do lado de fora em virtude
do Cine Nove de Abril ter atingido sua capacidade máxima, Bolsonaro foi
recebido pelo público ao som de gritos como ‘mito’ e pedido para ele ser
presidente da República. Enquanto isso, do lado de fora, manifestantes gritavam
palavras como nazista, racista e homofóbico. Questionado pelo A VOZ DA
CIDADE como definia a questão de ser amado e odiado por tantos ao mesmo
tempo, Bolsonaro disse que é odiado por conta dos rótulos colocados nele, como
racista, homofóbico, mas que não é nada disso.
Ao longo de sua apresentação ao público, o político fez
questão de falar sobre todos esses rótulos. “Temos tudo para sermos uma grande
nação. Então quem será o presidente da República? Vocês são os patrões, vocês
que devem conduzir a nossa nação”, declarou, sendo ovacionado. O deputado falou
sobre a reforma política que está sendo discutida na Câmara Federal. Disse que
se o modelo do “distritão” for aprovado 90% dos atuais senadores e deputados
federais se reelegerão. A respeito do fundo público para campanha, declarou ser
um absurdo, pois acredita que cada político deve usar seu dinheiro, não o da
população.
Jair Bolsonaro entrou nos temas polêmicos. Falou sobre a
discussão de ideologia de gênero nas escolas de Ensino Fundamental e disse que
o próximo presidente deverá analisar a instituição escolar. “Com todo o
respeito, mas querem impor nas escolas, para o Joãozinho de seis anos que ele
pode ser Maria se quiser e à Maria que pode ser João se ela quiser. A peça de
homofóbico não cabe a mim. Tive a coragem de falar sobre o kit gay, comi o pão
que o diabo amassou por isso, mas falei o que muitos não tiveram a coragem de
dizer”, contou, completando que o Brasil precisa de políticos honestos, com
Deus no coração e que seja patriota.
Falou ainda sobre a liberação do porte de arma, se for eleito
presidente. “Pretendo liberar arma para quem quiser e dar ao homem do campo o
fuzil. Eu não durmo em casa se não tiver arma ao alcance da minha mão e vocês
deveriam ter o mesmo direito”, falou.
Sobre o fato dele ser racista, dizer que mulheres devem
ganhar menos que os homens, declarou que não pensa dessa forma e nem tem esses
comportamentos no seu dia a dia. Mencionou que o avô de sua filha é negro, que
convive com pessoas afrodescendentes e que as pessoas não entendem que ele não
concorda com as cotas porque todos são um só povo. “Por que um afrodescendente
que tira seis na faculdade entra e um nordestino que tira nove não? Ambos são
sofridos. Não é por esse caminho. Por que temos que dividir o Brasil em cor de
pele, gênero, regiões? Somos iguais”, frisou.
Ao jornal disse que não está preocupado com votos, mas não
deixará de falar o que pensa para ganhar simpatia.
FAMÍLIA BOLSONARO NO PEN
Flávio Bolsonaro estava no evento acompanhando seu pai. O
deputado estadual disse ao A VOZ DA CIDADE que também sairá do PSC
para acompanhar seu pai. Junto com eles também irão Eduardo Bolsonaro que
é deputado federal; Carlos Bolsonaro que é vereador do Rio de Janeiro; e
Carlos Jordy, vereador em Niterói. Todos são do PSC.
Sobre seu futuro político, Flávio disse que primeiro pretende
resolver essa questão partidária, ainda é cedo para falar sobre as eleições,
mas admitiu possibilidade de tentar uma vaga para o Senado ou para o Governo do
Estado.
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