Senhores prefeitos, senhores secretários de agricultura, senhores empreendedores, conheça essa alternativa ecologicamente correta que tem o propósito social de beneficiar a agricultura familiar e gerar emprego e renda em seu municipio.
O
Brasil é o segundo maior produtor de etanol do mundo (atrás apenas dos Estados
Unidos), e o maior exportador. Aproximadamente 25% de todo o álcool combustível
produzido no mundo sai das usinas brasileiras. O país é considerado o mais
eficiente na produção de combustíveis renováveis, graças ao potencial do etanol
obtido através da cana-de-açúcar. O método BR é duas vezes mais efetivo, em
volume de produção por hectare, que o do líder mundial na produção do
combustível. As usinas de etanol de milho, dos Estados Unidos, geram entre 3 a
4 mil litros de álcool por hectare plantado. As do Brasil entre 7 e 8 mil
litros por hectare de cana.
Some a viabilidade técnica do método
brasileiro, à legislação que obriga o aditivo de até 25% de álcool na gasolina
e ao sucesso da indústria automobilística nacional com os carros flex. Tudo
isso faz do etanol uma potência do agronegócio brasileiro, com amplo mercado e
boa rentabilidade. Mas não é para todos.
Uma empresa do Mato Grosso resolveu
investir nessa área, e hoje já estar colhendo os primeiros frutos. Sua planta industrial localizada na região conhecida como Barreiro,
às margens da BR-163. São 2 mil metros de área construída. A usina é do tipo
“flex”, podendo ser ajustada para produzir biodiesel ou álcool. A capacidade
nominal é para 100 mil litros de biodiesel ou 50 mil litros de etanol hidratado
por dia.
A planta iniciou a operação em caráter
experimental, com uma capacidade para 8 mil litros de etanol por dia. O começo
das operações foi com o milho, cereal abundante no município. Mas o objetivo é
fazer a usina rodar com batata-doce, o que torna o projeto ainda mais
interessante.
Operando com milho, a usina produz 400
litros de etanol por tonelada do grão. Em termos de conversão, o cereal é bem
mais rentável que batata-doce, que gera 160 litros de álcool por tonelada. A
vantagem está no custo da produção.
Operando com milho, o custo do litro de
etanol produzido é de R$ 1,25, considerando o preço médio do grão a R$ 20,00 a
saca. O problema é que o preço do milho já não é esse na região. Com a saca
cotada a R$ 35,00, o custo do litro produzido é de R$ 1,75.
O valor de venda de etanol, da usina
para distribuidora, em janeiro de 2016, era de R$ 2,20. Embora na conta o milho
ainda seja opção uma rentável, o negócio se torna melhor com a batata-doce.
Rodando com milho, o principal custo da
usina é justamente a matéria prima, e o segundo o vapor (cavaco), que
corresponde a 15% do que é gasto com o grão. Com batata-doce, o custo de
produção sobe, devido aos produtos químicos e enzimas que farão a quebra do
amido. Mas a despesa com matéria prima cai em 60%.
Um litro de etanol obtido através da batata-doce
custa para a usina R$ 1,07, ou seja,39% a menos que o mesmo produto extraído do
milho. Outra vantagem é que na atual configuração sua usina consegue produzir
12 mil litros de álcool por dia utilizando batata-doce. No milho essa quantidade
cai para 8 mil litros dia.
Em uma conta simples, operando ao longo
de 20 dias, esse tipo de usina de etanol gera um lucro de R$ 72 mil
utilizando o milho como matéria prima. Se a produção for com batata-doce, o
lucro salta para R$ 270 mil – quase 4 vezes mais.
Para conseguir manter a usina apenas
com batata-doce é preciso primeiro desenvolver essa cadeia produtiva. Embora
pareça, em uma primeira análise, que isso é interessante apenas para o dono da
indústria, motivar essa nova cultura pode ser uma grande oportunidade para a
agricultura familiar, que na região é economicamente achatada com a
concorrência das commodities. Pois plantar batata-doce, não é bom apenas para a
indústria.
A raiz utilizada para a produção de
álcool é chamada de BDI (Batata-Doce Industrial). Diferente da variedade que
ocupa as gôndolas de supermercado, a BDI é rústica, disforme e com um tamanho
desproporcional – a maioria não caberia em uma panela. A batata-doce Industrial
não aparência, mas tem conteúdo. Conforme Aldo, a variedade tem alto teor de
amido, o que é fundamental para a extração de álcool, além de ser bem mais
produtiva que a convencional.
Em campos experimentais implantados em
Mato Grosso, simulando as condições da agricultura familiar, a BDI teve uma
produtividade média de 60 toneladas por hectare. Ela possui um ciclo de
produção que oscila entre 4 e 5 meses, o que permitiria duas safras no ano.
Além disso, é possível adiar a colheita em até um ano, sendo que após colhida a
raiz aguenta até 2 meses. No modelo de produção da agricultura familiar ainda é
possível utilizar as ramas para alimentação do gado leiteiro.
As BDI’s foram desenvolvidas pela
Embrapa e pela Universidade Federal de Tocantins. Já existem várias cultivares
no Estado e a própria usina implantou um campo para a multiplicação, afim de
fornecer ramas para quem quiser ingressar na atividade. O custo médio para o
plantio da BDI é de R$ 1.650 por hectare. Existem implementos para mecanizar
todo o processo, do plantio à colheita.
Foi feita uma simulação da atividade na
agricultura familiar, tomando como base um módulo de 300 hectares, espaço de
terra de alguns assentamentos da reforma agrária. Na conta , o que elevou o
custo por hectare para R$ 2.950,00, incluindo o custo do arrendamento da terra,
e considerou a produtividade média em 65 toneladas por hectare. O preço de
venda da produção, nessa simulação, foi de R$ 80,00 a tonelada na lavoura, mas
é possível chegar até R$ 104,00 a tonelada. Nessa conta, o lucro da safra foi
de R$ 675 mil – uma média de R$ 2,2 mil por hectare. .
Pesquisadores considera a batata-doce
uma grande oportunidade para o desenvolvimento da agricultura familiar do
Estado, algo que para acontecer depende da existência de usinas nesse perfil
para absorver a produção. Seu Mato
Etanol doce
Esse tipo de usina de etanol implantada,
seja operando com milho ou batata-doce, não gera resíduos nocivos ao meio
ambiente. As usinas convencionais de etanol (cana-de-açúcar), geram como sobra
da produção o “vinhoto”, e por isso são proibidas na Amazônia pelo ZAECANA.
O que sobra do processo de extração do
álcool nesse tipo de planta industrial é um subproduto, rico em proteína, ideal
para alimentação animal (suinocultura, bovinocultura, avicultura e até
piscicultura). Cada tonelada de batata-doce gera 160 litros de etanol e 150kg
de massa protéica, basicamente ração animal, com uma concentração de 28,5% de
proteína. Caso a matéria prima seja o milho, a sobra é de 480 km de massa
protéica por tonelada, sendo com uma concentração menor, de 12%. Ou seja, a
batata-doce produz menos em volume, mas o subproduto no fim é mais vantajoso
que o milho devido ao preço.
Agregando os ganhos com a venda do
etanol e da massa protéica, estima-se que uma usina que produza 10 mil litros
por dia, tenha um lucro médio de R$ 393 mil por mês operando com batata-doce.
Processando o mesmo volume, 10 mil litros, com milho, o lucro médio cai para R$
171 mil por mês – considerando o milho a R$ 35,00 a saca.
E quanto custa uma usina dessas? Os preços das usinas de etanol são como um
Fiat Uno e uma Mercedes. “Os dois te levam ao mesmo lugar”. Um custa R$ 30 mil
outro custa R$ 300 mil. O valor de uma usina depende muito do padrão que o
investidor quer, mas existem empresas sérias e com preços dentro da realidade.
Para
implantar uma usina com capacidade de 10 mil litros de etanol dia, o
investimento varia de R$ 3 milhões a R$ 10 milhões. Considerando o “meio da tabela”,
R$ 6,5 milhões, com o lucro da produção simulado acima, o investimento se
pagaria em um intervalo de 17 meses operando com batata-doce e em 38 meses com
milho – tomando como base os valores do álcool no mercado, da matéria-prima e
do custo de produção.
Melhores informações: Zap Zap (99) 99122-7528
E-mail. extracoma@bol.com.br
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