O deputado federal Domingos Dutra (PT) utilizou a tribuna da Câmara Federal, nesta terça-feira (28), para apresentar um balanço das diligências realizadas nos hospitais do “Programa Saúde é Vida” do governo do Estado. Na ocasião, o petista levou para a tribuna materiais colhidos, na companhia do deputado federal Simplício Araújo (PPS), durante as vistorias ocorridas nos prédios hospitalares, tais como maxixe, melancia, mamona, canapum, melão-de-são-caetano, canapu, cansanção branco, fedegoso e mata-pasto. A cena provocou um festival de risos e muita chacota entre os parlamentares.
O deputado classificou tal situação como inusitada, que só ocorrem, segundo ele, no Maranhão, “Estado dominado há mais de 40 anos pelo Sr. José Saddam Mubarak Sarney” (senador José Sarney, presidente do Senado).
“Todos os presentes podem ver o que tenho nas mãos: maxixe. Isto aqui todos conhecem: é mamona. Apesar de raquítica, esta é uma melancia. Isto aqui, no Maranhão, nós chamamos de melão-de-são-caetano, planta que se espalha pelo chão. E ainda sobrou um canapu. V.Exas. devem estar se perguntando se eu venho de uma feira ou de uma exposição agrícola. Nada disso. Estes produtos — melancia, maxixe, mamona, canapu, melão-de-são-caetano, fedegoso, mata-pasto, cansanção branco — eu e o Deputado Simplício Araújo, do PPS, descobrimos em prédios que deveriam ser hospitais no Maranhão”, mostrou Domingos Dutra. Veja as imagens no vídeo abaixo (a partir dos 32s).
Dutra disse que a governadora Roseana Sarney abriu três concorrências para a construção de 75 hospitais no Maranhão: 64 hospitais de 20 leitos; 8 hospitais de 50 leitos; 2 hospitais de 100 leitos; e 1 hospital de 150 leitos, perfazendo 2.300 leitos. “Nem o Estado de São Paulo ousou construir 2.300 leitos de uma vez só! A licitação para a construção desses hospitais ocorreu em setembro de 2009, com prazo de 270 dias. Os prédios deveriam estar prontos até agosto de 2010”.
O deputado lembrou no seu pronunciamento que na campanha eleitoral para o governo, Roseana prometeu entregar todos os hospitais em dezembro de 2010. “Já estamos em março de 2012 e, dos 64 hospitais de 20 leitos, entregaram apenas 3; dos 8 hospitais de 50 leitos, entregaram 1, em Grajaú; e dos outros hospitais, nenhum”, afirmou.
Durante a peregrinação pelas unidades de saúde no interior do Estado, Domingos Dutra disse que constatou:
“Na região do Mearim, no lote 3, onde estava prevista a construção de 11 hospitais. Em Matões do Norte, o prédio está pronto, mas dentro do mato e sem equipamento. Lá, encontramos uma plantação de maxixe — isto aqui é só uma parte. Chegamos a Alto Alegre do Pindaré, encontramos um hospital de 50 leitos. Tocaram fogo numa parte, há vigilância, mas está equipado parcialmente.
Dez quilômetros depois, em Peritoró, um prédio de 50 leitos está pronto, há alguns equipamentos, mas não há vigilância. Em Bernardo do Mearim, um prédio com 20 leitos está pronto, mas cheio de mato; lá, eu encontrei uma plantação de melancia. Em Lago dos Rodrigues, o hospital está funcionando, e a população está satisfeita. Em Lago do Junco, o hospital está quase pronto, mas está dentro do mato; lá, eu encontrei mamona para a plantação de biodiesel e canapu.
Em Bela Vista, está sendo semiocupado. Em Olho dÁgua das Cunhãs, o prédio está pronto, mas abandonado, sem vigilância; lá, encontrei melão-de-são-caetano. Em Lago Açu, a situação é mais absurda. O prédio está depredado, a empresa não pagou os salários. Em novembro, a empresa foi lá e disse: Se em 30 dias não voltarmos, vocês podem vender o que quiserem. Como não voltaram, venderam todas as portas, aparelhos sanitários e ainda botaram uma placa grande: Vende-se material. Lá, além de cachorro e gato, encontramos uma jumenta buchuda dentro do hospital — uma jumenta buchuda! (Risos.) V.Exas. estão rindo, mas a coisa é séria”.
Dez quilômetros depois, em Peritoró, um prédio de 50 leitos está pronto, há alguns equipamentos, mas não há vigilância. Em Bernardo do Mearim, um prédio com 20 leitos está pronto, mas cheio de mato; lá, eu encontrei uma plantação de melancia. Em Lago dos Rodrigues, o hospital está funcionando, e a população está satisfeita. Em Lago do Junco, o hospital está quase pronto, mas está dentro do mato; lá, eu encontrei mamona para a plantação de biodiesel e canapu.
Em Bela Vista, está sendo semiocupado. Em Olho dÁgua das Cunhãs, o prédio está pronto, mas abandonado, sem vigilância; lá, encontrei melão-de-são-caetano. Em Lago Açu, a situação é mais absurda. O prédio está depredado, a empresa não pagou os salários. Em novembro, a empresa foi lá e disse: Se em 30 dias não voltarmos, vocês podem vender o que quiserem. Como não voltaram, venderam todas as portas, aparelhos sanitários e ainda botaram uma placa grande: Vende-se material. Lá, além de cachorro e gato, encontramos uma jumenta buchuda dentro do hospital — uma jumenta buchuda! (Risos.) V.Exas. estão rindo, mas a coisa é séria”.
Ao finalizar seu discurso, Domingo Dutra disse que é por coisas como estas que o Maranhão continue ostentando os piores indicadores sociais do país. “Portanto, melancia, maxixe, mamona, melão-de-são-caetano, canapum e jumenta buchuda só no Estado do Maranhão, em locais que deveriam ter saúde pública”, concluiu o deputado.
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