Petista aliado de Roseana diz que colega de partido "versou mal o dinheiro do partido"
A falta de repasse do Fundo Partidário ao PT no Maranhão no início de 2011 gerou mais um atrito entre petistas ligados à governadora Roseana Sarney (PMDB) e integrantes contrários à aliança com os pemedebistas no Estado.
O atual presidente da executiva estadual do partido, Raimundo Monteiro, aliado de Roseana, afirmou que por falta de prestação de contas da gestão de Domingos Dutra, inimigo de Roseana, o partido não recebeu recursos do fundo esse ano. Sem esses recursos, o partido no Maranhão, segundo Monteiro, sobrevive apenas da contribuição de 25 mil membros e da retribuição de três deputados estaduais. Isso representaria algo em torno de R$ 6 mil ao mês. “Dutra versou mal o dinheiro do partido”, disse Monteiro.
Dutra, por sua vez, defendeu-se em nota oficial. Ele classificou a acusação do presidente da executiva estadual como mentirosa e afirmou que, quando estava à frente do partido, em 2005, herdou dívidas contraídas pela legenda com empresas de comunicações e até com os Correios e a Receita Federal. Ele também culpou a gestão anterior à dele pelas dívidas. Antes, o partido era dirigido pelo hoje vice-governador do Maranhão, Washington Luiz, aliado de Monteiro.
“Durante os quatro anos da gestão presidida por mim, o diretório regional passou mais de três anos sem receber fundo partidário”, alegou Dutra. O vice-governador, até o momento, não foi encontrado para se pronunciar sobre as acusações.
A briga entre petistas no Maranhão começou no ano passado, quando o partido oficializou a aliança na coligação de Roseana Sarney, então candidata à reeleição para o governo do Estado. Após esse episódio, houve troca de acusações mútuas entre os petistas ligados á governadora e os contrários a essa aliança em vários casos envolvendo petistas.
Somente em 2011, por exemplo, petistas aliados a Domingos Dutra pediram investigação contra colegas de partido da base da governadora após a descoberta que alguns deles estavam envolvidos em episódios como a liberação ilegal de bolsas de estudos a petistas aliados da governadora e o envolvimento de diretores do partido em indícios de desvio de recursos públicos no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária do Maranhão (Incra).
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